sexta-feira, novembro 18, 2005

Acordei! Malditos pesadelos! Acordar no meio da madrugada e olhar as horas, ação automática e pouco feliz. 3:37 AM (Ai, Merda). É só olhar no relógio e pronto, o sono vai embora. Acendo a luminária, a luz avermelhada desperta as silhuetas noturnas. O gato, deitado no meu peito, olhos grandes e brilhosos em minha direção. Bigodes longos e metidos ajudam a me indagar: você também perdeu o sono? Tenta me devolvê-lo com um ronronar hipnotizante, mas, em vão.

A sensação ruim deixada pelos sonhos preenche o vazio da noite. Meus pensamentos fogem em direção aos seus olhos, ao seu sorriso, que ficaram cravados em mim, como tatuagens. Preciso do seu abraço, da sua voz. Mas é tão tarde...

Olho pro lado e lá está, tingido de vermelho pela luz, o seu pedaço de guardanapo. Vejo sua letrinha azul, a primeira, U, refoçada três vezes, até quase formar um vinco no papel, na tentativa de fazer a tinta descer pela ponta da caneta. “Um sol no meio do céu noturno”. Ao ler, ouço sua voz na minha mente. Sinto seu calor, suas mãos, ao escrever neste pedaço de guardanapo roubado de um bar. Finjo acreditar que você escreveu pra mim, justamente para este momento “Um sol no meio do céu noturno”. Você me trouxe o sol pra me confortar nesta madrugada insone. Não tenho seu corpo para apertar contra o meu, nem sua boca pra me dizer “te amo”, quase que em silêncio, apenas com o toque dos seus lábios nos meus, envoltos com o calor de seu hálito. Mas, mesmo assim, você está em mim, na minha pele, no meu coração, iluminando meu céu noturno com seu olhar, o sol, preenchendo todas as minhas horas.

E, então, minha alma se aquece, aquieta-se... e o sono vem, tranqüilo...

Nenhum comentário: