sábado, junho 17, 2006

As lágrimas sempre me pegam na solidão. E penso se elas realmente têm que acontecer. Se elas realmente podem cair. Se elas realmente têm porque cair.
Minha solidão traz a elas liberdade. Ficam completamente à vontade...

Quero minha solidão de volta, não quero dividí-la com lágrimas...
Conto os ladrilhos... mas elas se poem a contar comigo, numa camaradagem insuportável. Tão insuportável que chega a enjoar.

E de novo me pego a pensar se elas realmente devem ficar.
A resposta? É não pensar, ou ao menos tentar.
Uma eterna briga, tão inútil quanto irresistível.

domingo, junho 04, 2006

Corro pela estrada nessa noite fresca. O cheiro do vento me faz querer jogar meu coro na grama. Faz minha pele pedir pelo contato úmido do chão, me faz querer ser filha da terra, sentir todo o meu corpo pesar sobre a superfície bruta, as mãos afundarem no mato - sentir a grama pinicar a palma da mão e depois se dobrar sobre e sob meus dedos.
Preciso agora do calor frio da terra, do ar da noite que vira dia, do silêncio morno que me alimenta de lembranças, que me faz sentir quem sou, só preciso sentir quem sou. Sentir fisicamente o mundo em mim, eu no mundo, ser tocada por ele pra ter a certeza da minha existência, pra ter o peso da segurança.
Encosto o rosto no chão, sinto a sincronia do coração da terra com o meu. Sinto que estou viva.