Ah Kiko, meu gatoso...
Você foi embora... Agora, com quem vou disputar espaço na cama ou no sofá? Queria ainda ter câimbra na perna cruzada pra não atrapalhar seu sono, mesmo depois de 14h do mesmo. Queria ainda brigar por causa de souvenirs jogados no chão por patinhas aflitas em sair do quarto. Miar? Não, dá muito trabalho...
Pra quem falarei "pára" ao ouvir o pedido constante e no mesmo tom (agudo, com pausas de 3 em 3 segundos) ao som do apito do microondas? Quem vai ser meu cúmplice? Quem vai me olhar nos olhos e se aninhar ao meu lado quando eu chorar? Em que pelo vou afogar meus dedos e fazer evaporar minha dor?
A longa convivência sempre nos faz acreditar em ter o direito eterno da companhia. A eternidade se quebra quando menos se espera. Mas fica aqui dentro, isso sim eternamente, a meiguice do seu olhar úmido de âmbar, envolto pelo cinza mais macio que já conheci.
(para o meu amor, que foi embora e me levou um pedaço do coração)
(fotos by Su)
6 comentários:
Eu teria algumas respostas para a maioria dessas quetões, mas...
Mas não é isso? A ausência não é a saudade de nós mesmos? Afinal, os sentimentos são parte do que somos.
Fiquei com medo de perder os meus pequenos amigos felinos agora...
Belo texto! Sucinto, mas conseguiu transformar palavras em emoção. Tudo de bom!
O bom é que estava procurando algo diferente e encontrei um assunto que gosto!
http://espacoreservado.blog-br.com/
nossos amigos felinos possuem algo em si que nos faz amá-los, acreditando que sua existência será perene, mas " a eternidade se quebra quando menos se espera"
seu texto me fez lembrar minha gata rannah, que tambem se foi. roubaram sua ânima de vida precocemente. já havia me conformado, mas nunca há conformação quando se sente a ausencia e dor, Rannah se foi, e levou com ela me coração.
twitter.com/AliasFe
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