O sol começava a pintar os prédios de um rosado suave.
A
janela do quarto emoldurava a cena onírica: a mulher nua de costas se equilibrava
num fio, em meio a uma névoa densa e azul. Tudo em câmera lenta, como o
amanhecer.
Peguei a câmera para fotografar, mas não conseguia enxergar, meus
olhos também estavam enevoados. Tentei filmar, mas ela já estava saindo do fio,
a névoa se desfazendo e o sol endurecendo as sombras e eu acordando.